sábado, 22 de setembro de 2007

Não dá pra sorrir o tempo todo

Estou ouvindo um cd da grande Jovelina Pérola Negra e tem um samba que diz:
“Eu sou de acreditar que a vida é melhor quando a gente sorri” (Samba Guerreiro – Toninho Geraes e Serginho Beaga).
Eu tambem acredito nisso e tento viver assim.
Mas às vezes é tão difícil, a dor é tão grande...
É verdade que eu choro à toa, como dizia meu pai sou uma “manteiga derretida”, choro de alegria, de tristeza, se me emociono, até se gritarem comigo eu choro.
Um analista uma vez me disse que chorar é bom, talvez, mas mesmo quando é de tristeza?
Tudo bem, é um desabafo, uma forma de botar pra fora, mas e aí? Quando a gente vê que tudo que restou foi o choro, fica um grande vazio.
É difícil encarar e reconhecer nossas perdas.
Já me disseram que sou muito romântica, uma sonhadora, mas não sou de construir castelos de areia, ou sou?
Já me disseram também que sou uma mulher interessante (seja lá o que isso quer dizer), até bonita, uma pessoa legal, divertida, uma boa companhia, e eu acredito, ou será que só ando com mentirosos?
Por que então tenho a sensação de chegar sempre na hora errada, no lugar errado? Será que um dia meu radar vai funcionar direito? Ou vou viver dando cabeçadas? Será que estou sempre olhando pro alto, buscando as estrelas, o inatingível? Mas por que é sempre inatingível?
Oh, insensato destino ...rsrsrs

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Arrumando gavetas

É, acho que isso aqui vai acabar virando um diário virtual.
É um exercício interessante para alguém que nunca foi de se mostrar. Afinal, lê quem quer, tem tantos blogs por aí. Meus amigos mesmo nem sabem disso, só muito, muito poucos, e já me arrependi de ter falado, coisas de uma ariana impulsiva, mas agora já foi, tudo bem, deixa rolar. Não creio que vão ficar entrando aqui o tempo todo nem vão ter saco pra ficar lendo minhas doidices. Se o fizerem talvez passem a me conhecer melhor (ou me internem, rsrsrs).

Andei arrumando minhas gavetas no armário e isso me fez perceber que preciso arrumar outras, as da alma, do coração, da minha cabeça também. Botar as coisa nos seus devidos lugares, botar as idéias e os sentimentos em ordem. Só sei arrumar meu armário tirando tudo, jogando em cima da cama, olhando tudo e colocando de volta do meu jeito. Acho que é isso que está acontecendo com as outras gavetas, estou jogando pra fora, olhando bem, e guardando do jeito que eu posso, do jeito que eu sei. E aqui está virando um lugar pra eu jogar tudo isso e olhar. Quem sabe funciona...

Doidice

DOIDICE
Djavan

É natural
um vendaval
que passa aqui
mais doidice ali
ou uma seca que arrasou
pior é não te ver agora
aflora vícios
claras manhãs
ou tanto mais
que eu possa ter
nada quer dizer
se o teu beijo não é meu
cio chegando
calor explodindo
temores rondando o ar
e eu pensando em ti
me apaixonei
talvez, pode ser
enlouqueci não sei nunca vi
preciso sair
depois que eu descobri
que há você
nunca mais existi

http://br.youtube.com/watch?v=egrOwUqmoRM

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Um olhar

Fico olhando este rosto e quero este sorriso pra mim
Este olhar que eu conheço tão bem (será?)
Que me invade, me deixa sem ar
“Dois olhos negros”

Momento ruim

Momento ruim? Será que isso existe?
Muita tristeza, muito papo, muito desabafo.
É, não podia rolar, nao podia dar certo (não mesmo?).
Virei uma amiga? Legal, adoro fazer amigos, e os cuido com carinho
Mas sou uma mulher, e quero ser vista assim ...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Pequenos prazeres

Passei um tempo de molho, por motivos que não interessam aqui, e isso me deu muito tempo pra refletir.


Me descobri com saudades de coisas que não faço há muito tempo, engraçado. No corre-corre do dia a dia não sobra muito tempo, então tudo acaba ficando meio programado, e a gente acaba fazendo as mesmas coisas.


Adoro ir pro samba, tomar cerveja com os amigos, não quero deixar de fazer isso nunca.


Mas senti falta das caminhadas terminando com um banho de cachoeira, ou mesmo um mergulho na praia. Já fiz montanhismo, a visão do Rio do alto das montanhas é incomparável. E o prazer de subir pela pedra, vencer o desafio, e meu medo de altura, nossa, não dá pra descrever. Lembrei que já subi o Pão de Açúcar várias vezes, nunca de bondinho.


Falta de andar pelos parques, e o Rio tem tantos, tão lindos, e sentar a sombra de uma árvore com um bom livro. Ou sentar no Arpoador e ver o por do sol, tomando uma água de côco.


Mergulhar! Já fiz curso, fiz alguns mergulhos, vencendo minha claustrofobia.


E lembrei de coisas que ainda não fiz, vivo adiando.


Coisas simples? Tão ao meu alcance, não?

É, preciso me dar de novo estes pequenos prazeres (pequenos?).


Assim que ficar boa vou voar de asa delta e entrar pra aula de dança.

Orkut 1

No orkut tem um item no perfil “com os relacionamentos anteriores aprendi”. Será que eu sei o que responder?

Só se apaixona quem está vivo, e só vive feliz quem se apaixona.
Quem tem medo de se apaixonar não vive intensamente, só vê a vida passar, olhando pela janela, esperando sei lá o quê.
Já tive algumas paixões
Paixões correspondidas – muita alegria
Paixões não tão correspondidas – tristeza
Paixão pela paixão do outro por mim – carência é f....
Paixão até por alguém que conheci em uma viagem e ficou muito longe, só no email - se bem que essa não é real, mesmo mantendo o contato vira amor platônico, é a fantasia de um momento que ficou, só se conhece alguém de verdade convivendo de perto, olho no olho, vivendo o dia a dia, e às vezes nem assim. Não dá pra se apaixonar só pelas qualidades, há que se conhecer os defeitos, senão vira príncipe encantado (lembrei disso ao reencontra-lo aqui no Rio outro dia, coincidência).
E acho que só aprendi que, seja como for, se apaixonar é sempre bom.

Como diz Paulinho da Viola:

Ame
Seja como for
Sem medo de sofrer
Pintou desilusão
Não tenha medo não
O tempo poderá lhe dizer
Que tudo
Traz alguma dor
E o bem de revelar
Que tal felicidade
Sempre tão fugaz
A gente tem que conquistar
Por que se negar
Com tanto querer
Por que não se dar
Por quê? Por que recusar
A luz em você
Deixar pra depois
Chorar pra que?

Pra começar

Sou uma pessoa apaixonada pela vida, por meus amigos, pelo sol, pela lua, enfim, como boa ariana, a paixão me move.

Uma das minhas paixões é a poesia, e Clarice é uma de minhas favoritas, então vou começar publicando um poema com o qual me identifico, é a descrição de um coração ariano:



Rifa-se um coração
Autoria de Clarice Lispector

Rifa-se um coração
Um coração idealista
Um coração como poucos
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque
Que insiste em pregar peças no seu usuário.

Rifa-se um coração
Que, na realidade, está pouco usado
Meio calejado, meio machucado
E que teima em alimentar sonhos e cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente
Que nunca desiste
Um leviano
E precipitado coração
Que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu: "Não quero dinheiro, quero amor sincero, isso é que eu espero!"
Um idealista
Um verdadeiro sonhador.

Rifa-se um coração
Que nunca aprende, que não endurece
E mantém sempre viva a esperança de ser feliz
Sendo simples e natural.
Um coração insensato
Que comanda o racional
Sendo louco o suficiente
Para se apaixonar.
Um furioso suicida
Que vive procurando
Relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração
Que insiste em cometer
Sempre os mesmos erros.
Esse coração
Que erra, que briga, se expõe
Perde o juízo por completo
Em nome de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes,
Revê suas posições
Arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido
Tantas vezes provocado
Tantas vezes impulsivo
Um coração para ser alugado
Ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
Um coração abastado
Indicado apenas para quem quer viver intensamente.
E, contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida
Defendendo-se das emoções.

Rifa-se um coração
Tão inocente
Que se mostra
Sem armaduras
E deixa louco
O seu usuário.
Um coração que, quando parar de bater, ouvirá seu usuário dizer: "O senhor pode conferir, eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento,
Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança,
Que insiste em não endurecer se recusa a envelhecer."

Rifa-se um coração
Ou até mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo,
Um órgão fiel ao seu usuário
Um "amigo do peito" que não maltrate tanto o ser que o abriga
Um coração que não seja tão inconseqüente.

Rifa-se um coração
Cego, surdo, mudo
Mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado.
Provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais
Por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano,
Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado,
Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar.
Uma vez por outra constrange o corpo que domina.
Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos,
A ter a petulância de se aventurar como poeta.