domingo, 23 de setembro de 2007

Traduzir-se
Ferreira Gullar

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?

http://br.youtube.com/watch?v=OFMyTl_pwvk
Nada como um sambinha, uma cerveja gelada e amigos por perto pra levantar o astral e fazer a gente sorrir.
É, a vida fica bem melhor assim.
A roda nem era tão boa, tinha outras melhores pra ir, mas foi muito bom voltar a sair (e sorrir) .