sábado, 18 de outubro de 2008

Saudades

Lembro sempre da minha mãe, que perdi ainda cedo, saindo da adolescência. E relendo o texto aí de baixo lembrei muito.
Era uma mulher bonita e vaidosa. E ela sempre brigava comigo pela minha falta de vaidade. Ela não entendia como eu podia sair com a cara lavada ("cara de lavadeira"), ou de sandália havaiana.
Hoje vejo que isso era mais rebeldia, uma forma de ser diferente dela, ou talvez o medo de não ser tão bonita, exuberante, como ela. Era mais fácil fingir que não ligava para essas coisas. E tanto fiz que acabei convencendo a mim mesma que o importante era ser uma mulher inteligente, beleza não importava. Preferia passar despercebida (???).
Mas quem disse que não podemos ser bonitas e inteligentes? Mesmo sendo loura, rsrsrs.
Hoje me vejo tão parecida com minha mãe como jamais imaginei que pudesse. Me sinto bonita, me vejo bonita. Sou uma mulher vaidosa, sem exageros, não sou perua, mas gosto de uma roupa legal, do meu salto alto, dos meus acessórios (meus balangandãs como diz uma amiga), um lápis nos olhos e um gloss.
E adoro um elogio, a mulher que diz que não gosta é mentirosa, ou nunca ouviu um.
E além disso acho que sou inteligente, e sou bem sucedida profissionalmente.
Minha mãe deve estar feliz de ver isso, pena que eu não possa ouvi-la ou ver seu sorriso.
Saudades...

Não desisti de ser mulher e bonita ao passar dos 40

Existe coisa mais cafona e irritante do que esse cabelinho curto, batido na nuca e meio enroladinho na frente (será que é permanente?) que muitas mulheres que passam dos 40 resolveram usar?
Ontem a noite estava no Escravos, que é um lugar onde cohabitam basicamente 2 grupos: os jovens de menos de 25, que em geral ficam do lado direito junto a rua, e a galera que já passou dos quarenta, que conhece o bloco desde seu início, que fica do lado esquerdo.
Como cheguei cedo e estava cansada de uma semana de trabalho estafante fiquei sentada um tempo tomando minha cerveja e observando as pessoas que chegavam (claro que estava do lado esquerdo, já fiz 40, rsrsrs). E aí reparei numa quantidade enorme de mulheres com esse cabelo, muitas eu conheço, nem chegaram aos 50 e já estão usando isso. Algumas nem se dão ao trabalho de pintar, deixam branco mesmo, o que ainda piora a situação, parece um bando de avós, prontas para sentar no sofá e fazer trico, sexo nem pensar, mesmo que façam ninguem acredita, ou será que alguem consegue imaginar sua avó trepando com alguem?

Nunca tive problemas com minha idade, não tenho o hábito de esconde-la, como disse já passei dos 40 e ainda estou um pouco longe dos 50, rsrsrs.
Mas não me vejo com este cabelinho, adoro meus cabelos longos, pintei sábado pela primeira vez, morrendo de medo do resultado, mas depois que me acostumei, adorei.
Não é a idade cronológica que me preocupa.
Enfim, não desisti de ser mulher, bonita, e chamar a atenção dos homens.
Será que a errada sou eu?
Desde menina tenho o hábito de escrever o que estou sentindo, mas para mim sempre foi um desabafo.
Descobri que além disso posso ler depois e ver com certa distância o que passou, o que sentia naquele momento.
O problema é que as vezes me sinto tão boba, pois quando escrevo certas coisa é só emoção, e quando leio é a razão que prevalece.
Mas essa sou eu, nos dois momentos, dois lados de uma mesma moeda.
Quando leio o que escrevi me sinto diante de um espelho, só que do passado (mesmo que esse passado seja apenas ontem).

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

"Apaixonar-se é abrir-se para o outro sem nenhuma garantia"

Outra frase de autor desconhecido, mas que sabia o que estava dizendo

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Dia de São Jorge, Pedra do Sal, 2007

Tem gente que não acredita em sexto sentido (ou seja lá que nome se dê pra isso).
Só sei que eu tenho.
E eu pressenti na primeira vez que conversamos, ou melhor, na primeira vez que meu olhar encontrou o teu.
Março de 2007. Estavam chegando nossos aniversários.
Calor, tesão, atração, ...
e medo
Eu pressenti que você não seria qualquer um. E tentei resistir.
Quantos "não" eu disse, e depois ficava arrependida, mas a razão me dizendo pra não ir.
Até que chegou o dia de São Jorge, e eu perdi a razão e fui...

Estórias que não acontecem

Você me diz para eu me cuidar. E tem razão, preciso.
Mas o que isso quer dizer mesmo?
Te esquecer? Não consigo
Desgostar? Como se faz isso?
Se nem nas nossas brigas eu consegui. Apenas ficava triste, as vezes com raiva, mas aquela raiva momentânea que passava logo que eu te escrevia algum email desaforado e desabafava.
E se ainda restassse alguma mágoa, passava logo que ouvia um pedido de desculpas, ou nem isso, só um sorriso.
Acho que as piores estórias são as que não acontecem. Elas não passam.

Só meus sonhos

Eu preferia que você mal falasse comigo.
Não, isso é mentira, você sabe, eu ficaria muito triste.
Mas triste eu já estou.
Cada vez que você chega perto fico atordoada, tudo que eu tento deixar guardado lá no fundo vem à tona.
A emoção derruba a razão.
Você me tira do sério. Eu passo a não querer mais nada, só você.
Só olho pra você, fervo por você, danço pra você.
Esqueço o mundo a minha volta.
E você está cada vez mais distante...
Mas quando foi que esteve realmente próximo?
Acho que só nos meus sonhos

Um desejo

- Vem
Ah! Como eu queria ouvir isso.
Se você dissesse eu iria.
Pra onde? Onde você quisesse
Seria sua amante, amiga, companheira.
Sua gueixa
Mas você me nega seus beijos, seu corpo, seu sorriso que me ilumina
E seu coração
É lua cheia
Como eu queria ve-la de novo da sua janela, deitar na sua cama e brincar com suas tranças
É só dizer
-Vem...
Ah! Tolice, você não diz ...
É só um desejo, o meu desejo
Você me olha, nossos olhares se cruzam, e eu perco o rumo, o prumo, fico sem ar
Mas sei que é só mais um olhar

domingo, 12 de outubro de 2008

“Quem sabe ainda sou uma menininha...”

É, as vezes me pego agindo como se fosse, ou pelo menos uma adolescente.
O que é essa paixão que não se cura senão uma coisa de adolescente?
Adolescente que sonha com o príncipe encantado e que elege alguém para tal.
Mas eu sei bem que para príncipe falta muito.
As vezes acho que idealizei, que é tudo fantasia minha, que vejo uma pessoa que não existe.
Mas aí o encontro, vejo seu trabalho, leio suas poesias, lembro dos nossos papos, e vejo que não, é verdade, ele existe. Cheio de defeitos, com aquele gênio terrível, pior que o meu, mas ao mesmo tempo uma pessoa doce, sensível, capaz de se emocionar e chorar.
E nesse tempo todo já tive outros, alguns legais, outros apenas uma boa transa, mas ninguém me tocou como ele.
Eu falo de tocar a alma, o coração, até porque, tenho que reconhecer, o sexo nunca foi tão bom apesar da atração forte.
Também não dá pra ser bom depois de falar de tanta tristeza, e eu tentando não me envolver, com medo da entrega por saber que não devia.
Tento me afastar mas sempre alguma coisa me empurra de volta.
E sonho com ele, e vejo as cenas que me incomodam e finjo que não existo quando é preciso. Mas é preciso pra quem? Como dói não poder falar com ele nessas horas. Queria poder dizer “para com isso, vem que eu posso te fazer feliz, você não precisa rastejar assim por alguém, se respeite, se goste mais, eu te respeito”.
Ou será que eu também não estou me desrespeitando quando faço isso?